Assim que comecei a pesquisar sobre a Mãe Soberana percebi que mais do que uma manifestação religiosa, cultural e histórica, esta é, tal como o vínculo genético e intrínseco que liga a Mãe com o seu filho, parte de um corpo colectivo, da identidade de um povo. A filiação dos Louletanos à sua Mãe perde-se no tempo e no espaço, está arreigada no sangue, nos ciclos das estações, na luta diária, na alegria e na dor que vivem, sob uma ligação íntima ímpar de protecção e cumplicidade. Numa relação de afecto profundamente divina, e simultaneamente, profundamente humana. E como um culto vivo que é, ele próprio – organismo. Cresce, transforma-se e revitaliza-se no corpo dos seus portadores. Daí o desafio e o risco de escrever sobre Ela. Porque quando se escreve sobre a Soberana, escreve-se afinal sobre todos os Louletanos, sobre as duas vidas e o seu passado, sobre as suas esperanças e memórias. E isso é uma tarefa infindável. Por isso, naquilo que me é permitido, visitei episódios da Mãe e dos seus filhos, tentei auscultar como se entranham numa vibração extra-humana, que vai para além do corpo, da voz, e dos registos documentais. Como uma música sem dono, mas que todos conhecem. E resta-me esperar que esta seja uma canção que ressoe com carinho na alma daqueles que numa linguagem inexplicável, vivem diariamente o Amor da Mãe Soberana.
Ana Lázaro
Ficha Artística e Técnica
Texto Ana Lázaro
Encenação Ricardo Neves-Neves
Com Afonso Molinar, André Magalhães, Andrew Santos, António Ignês, Diana Vaz, Elsa Galvão, Joana Campelo, José Leite, Márcia Cardoso, Rafael Gomes, Rita Carolina Silva, Rita Cruz, Ruben Madureira, Sílvia Figueiredo, Sissi Martins e Vítor Oliveira
Direcção musical Rita Nunes
Músicos Ana Cláudia Santos (flauta transversal), Igor Osório Duarte (trombone), Ivo Rodrigues (trompete), Francisco Brito (contrabaixo), Nádia Anjos (sax alto), Rita Nunes (sax tenor), João Sousa (bateria), Luís Lelis (piano)
Direcção e arranjos vocais João Henriques
Sonoplastia e desenho de som Sérgio Delgado
Cenografia Henrique Ralheta
Construção de cenário Câmara Municipal de Loulé – GOE e Crestin Razvan, Eurico Brito, MaisUmP, Unip. Lda, Isa Basílio, Pedro Basílio, Tó Quintas
Figurinos Rafaela Mapril
Assistência de figurinos Ana Sabino
Desenho de luz Luís Duarte
Assistente de luz Janaína Gonçalves
Apoio à dramaturgia Rafael Gomes
Assistência de encenação Rafael Gomes
Segundos Assistentes de Encenação Afonso Molinar, André Magalhães, Diana Vaz e Rita Carolina Silva
Produção e Comunicação Mafalda Simões
Produção Andreia Alexandre
Produção Executiva Adriana Gonçalves
Co-produção Cineteatro Louletano e Teatro do Eléctrico
Agradecimentos João Romero Chagas Aleixo, Andreia Pintassilgo, Ana Hermenegildo, Joaquim Prado (Restaurante Bom Petisco), Loulé Criativo, Loulé Design Lab, Odete Dias e Alzira Neves (Casa da Empreita), Isa Basílio e Pedro Basílio (Florista Flor de Lis de Loulé), GOE- Oficinas do Museu do Carnaval
O Teatro do Eléctrico é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, pelo Cineteatro Louletano/Câmara Municipal de Loulé e pela Câmara Municipal de Lisboa / Polo Cultural Gaivotas | Boavista.
M6/50 MIN
Apresentações
Apresentado em:
Loulé, Cineteatro Louletano (2019)
Loulé, Cineteatro Louletano (2022)